Num gesto
de quem tem apenas por defesa
o amor,
que desconhece os marcos da razão,
tu ficaste
a me olhar com tamanha surpresa.
Mas não
disseste sim, e nem disseste não.
E, como um
fauno, a rir, e te sabendo presa,
sentindo
junto ao meu pulsar teu coração,
com
volúpia pagã quis manchar-te a pureza.
Tu não
disseste sim, e nem disseste não.
Se
houvesses consentido, eu te acharia fútil;
se
negasses, decerto eu logo pensaria
que o teu
amor cessava, e era um amor inútil.
Foi bom
que assim ficasse. Houve mais emoção.
Pois nesse
teu silêncio a minh'alma sentia
que, não
dizendo sim, não me disseste não.
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